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20/12/2023
Governo de Pernambuco realiza reunião do Condic e faz balanço de investimentos em 2023
Com a apresentação de projetos aprovados no último trimestre do ano e o balanço dos investimentos realizados em 2023, a secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado e a Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco (Adepe) realizaram, na manhã desta terça-feira (19), a 124ª reunião do Conselho Estadual de Políticas Industrial, Comercial e de Serviços (Condic). O encontro foi realizado na sede da Adepe, no bairro das Graças, Zona Norte do Recife. Em um balanço de 2023, a Adepe destacou que, por meio de 218 empreendimentos, novos investimentos chegam a Pernambuco. As empresas deverão implantar ou ampliar suas operações no Estado. Ao todo, elas somam R$ 671 milhões, com expectativa d...

Distribuição orçamentária e impasses na indústria travam avanço do PIB nordestino, avaliam especialistas
Danilo Moliterno - 22/03/2023

PIB do Nordeste cresceu menos que a média nacional entre 2021 e 2022; região tem pior índice per capita do Brasil

O Produto Interno Bruto (PIB) real do Nordeste cresceu menos que a média nacional entre 2021 e 2022, segundo estudo da FGV Ibre. A região permanece a mais pobre do país, se considerado o PIB per capita — que divide o total produzido pela população.

Especialistas consultados pela CNN avaliam que as escolhas orçamentárias feitas pelo governo federal, o mau aproveitamento de vantagens comparativas (ou de oportunidade) e os entraves no setor industrial impedem o avanço da economia da região.

Em 2021, o PIB real da região cresceu 3,5%, ante 5,0% do Brasil; em 2022, 3,4%, frente a 2,9%. No acumulado do biênio, o Nordeste registrou 7,0%, contra 8,0% da média nacional.

De acordo com o estudo, o setor de serviços é o que apresenta maior participação no valor adicionado ao PIB real do Nordeste, de 72,4%. O percentual é semelhante ao do setor em relação ao PIB real do Brasil, de 70,5%.

Em termos proporcionais, o setor agropecuário tem maior participação no PIB do Nordeste do que no brasileiro. Já o industrial, carrega maior peso na média nacional do que na região.

Um dos autores da pesquisa e coordenador do Núcleo de Contas Nacionais (NCN) da FGV Ibre, Claudio Considera diz que este movimento é relevante para compreender a dinâmica econômica local.

“O Nordeste se caracteriza por uma economia de serviço. E o serviço não cria tanto impulso para frente e para trás, como a indústria, por exemplo. Então, um aspecto importante, é o menor grau de industrialização do Nordeste, que contribui para essa pobreza”, disse.

Leonardo Trevisan, professor da ESPM e especialista em Economia, aponta as escolhas orçamentárias do governo federal como principais responsáveis pela estagnação da economia da região em relação à média nacional.

“São Paulo tem um PIB 54% maior que todos os estados nordestinos. Por que isso está acontecendo? É só olharmos para os últimos 20 anos. Em 2021, por exemplo, 62% dos gastos tributários — em outras palavras, o que foi feito com o dinheiro do imposto — foi para a região Sudeste e Sul. Para os estados nordestinos e da região Norte, foi apenas 28%”, aponta o especialista, com base em estudo da FGV.

“Essas contas são reveladoras de escolhas orçamentárias. Não adianta a gente continuar a imaginar que quando damos todos os impulsos industriais e benefícios para o Sudeste e Sul estamos desenvolvendo o país. Não estamos. O Nordeste paga o preço dessas escolhas orçamentarias”, opina.

Claudio Considera aponta que a região possui vantagens comparativas que, se bem coordenadas, podem alavancar sua economia nos próximos anos. Ele destaca, porém, que o processo deve ser planejado para o longo prazo.

“O desenvolvimento não é uma coisa de curto prazo. Nos últimos 20 anos não houve melhora substancial. Não há uma bala de prata que vai resolver o problema”, explica.
Entre as vantagens comparativas, o pesquisador destaca a produção de energia eólica. “O Nordeste é responsável por praticamente 40% da energia eólica produzida no Brasil. E nós sabemos o quão importante é a energia para a indústria — ainda mais energia limpa”, explica.

Fechamento de fábrica piora situação
Apesar da defasagem em relação à média nacional registrada no último biênio, o PIB da região cresceu mais que a média nacional entre 2002 a 2020. O Nordeste teve média de crescimento de 2,2% ao ano; o país, de 2,0% ao ano.

A principal atividade que explica a diferença entre o PIB brasileiro e o nordestino em 2021 é a indústria de transformação — que viu sua produção física recuar 6,5% naquele ano. O fechamento da fábrica da Ford em Camaçari, na Bahia, é um dos responsáveis pelo movimento.

Os especialistas explicam que o fechamento da fábrica cria uma reação em cadeia, impactando diversos mercados e a geração de empregos em todo o Nordeste.

“Quando falamos do papel que representava essa fábrica da Ford, vem a ideia clássica de polo indutor. É uma cadeia nacional de produção. A Ford despertava uma sequência de desenvolvimento regional que ultrapassava a própria Bahia.

Em Pernambuco havia autopeças que vendiam para a Ford, por exemplo. Havia municípios que mudavam o perfil da educação profissional por conta do emprego industrial”, explica Trevisan.

Poucos estados concentram PIB
Segundo o estudo da FGV, todos os nove estados nordestinos figuraram entre os dez menores níveis de PIB per capita do país, acompanhados pelo Acre.

Entre 2003 e 2020, o PIB do Nordeste representou 13,6% do total do país. Em 2003 chegou a ser de 12,8%, o menor da série histórica; em 2020 essa participação foi de 14,2%.

Essa participação da região é puxada especialmente por três estados, Bahia, Pernambuco e Ceará, que representam 62,8% do PIB da região — formada por nove estados.

O pesquisador do Ibre diz que mesmo os estados mais pobres da região vêm procurando suas vantagens competitivas. Ele destaca uma espécie de “fronteira agrícola” se formando no Maranhão e no Piauí e a indústria siderúrgica do Ceará.

Os dados referentes ao período entre 2002 a 2020 tem base no Sistema de Contas Regionais do IBGE (SCR-IBGE). Já os referentes aos anos mais recentes, tem origem em números do Banco Central e pesquisas conjunturais do IBGE.

A economista do NCN da FGV Ibre Juliana Trece tem a coautoria do estudo.







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